(Tradução livre)
Seu maior erro é atuar nessa peça
como se estivesse sozinho. Como se a vida
fosse um crime perfeito em progresso,
sem testemunhas de cada pequeno detalhe.
Sentir-se abandonado é negar a intimidade
com nossas vizinhanças. Por certo mesmo você,
às vezes, já sentiu a grande platéia;
sua presença inflada e suas vozes em coro,
sufocando sua voz solitária.
Você deve perceber o modo como o detergente
te dá poderes especiais, ou como
o trinco na janela te oferece liberdade.
Atenção é a disciplina oculta da familiaridade.
As escadas são suas conselheiras quanto às coisas que virão,
e as portas sempre estiveram ali para te assustar,
e para te convidar. O pequeno speaker do telefone
é a porta dos seus sonhos para a divindade.
Coloque de lado o peso de sua solidão
e relaxe na conversa. A chaleira está cantando,
mesmo enquanto te serve um chá; e as panelas
já deixaram de lado sua indiferença arrogante e
finalmente viram o bom em você. Todos os pássaros
e criaturas do mundo são indizivelmente
elas mesmas. Tudo está à sua espera.
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Original (available here):
Your great mistake is to act the drama
as if you were alone. As if life
were a progressive and cunning crime
with no witness to the tiny hidden
transgressions. To feel abandoned is to deny
the intimacy of your surroundings. Surely,
even you, at times, have felt the grand array;
the swelling presence, and the chorus, crowding
out your solo voice You must note
the way the soap dish enables you,
or the window latch grants you freedom.
Alertness is the hidden discipline of familiarity.
The stairs are your mentor of things
to come, the doors have always been there
to frighten you and invite you,
and the tiny speaker in the phone
is your dream-ladder to divinity.
Put down the weight of your aloneness and ease into
the conversation. The kettle is singing
even as it pours you a drink, the cooking pots
have left their arrogant aloofness and
seen the good in you at last. All the birds
and creatures of the world are unutterably
themselves. Everything is waiting for you.
This poem showed up in this Easter's dharma talk themed "What gets us in conflict," by the meditation teacher Daniel Bowling at the Insight Meditation Center. Available in this link.
Lindo poema! Adorei.
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