Releitura dos versos da Grande Sabedoria Perfeita, texto tradicional da escola Zen (assim como das demais escolas Mahayana). Não se sabe ao certo sua origem, mas o registro mais antigo remonta à China do segundo século d.C.
O texto é construído na forma de uma preleção, uma instrução de um professor a um aluno dedicado; simbolizados por dois arquétipos comuns nos cânones budistas: o boddhisattva Avalokitesvara (Kannon) - símbolo de compaixão infinita - e Shariputra (Sharishi), um discípulo de bons méritos.
Para interpretações e leituras mais tradicionais, Google it ("Sutra do Coração").
Esse texto (ou sutra) retrata a essência de tudo que é ensinado e praticado em todas as escolas budistas. Entendê-lo é como juntar pequenas pecinhas de um quebra-cabeças além do intelecto, que requer tempo e, acima de tudo, prática. Entendê-lo intelectualmente é como buscar entender o sabor de um chá por conhecer a química das ervas. Deve-se bebê-lo, sorver cada gole, sentir cada célula ser permeada, impressionada e tocada pela experiência direta de cada microlitro.
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Versos da Essência da Grande Sabedoria Perfeita
(maha prajna paramitta hridaya sutra)
Releitura da versão japonesa (摩訶般若波囉弭多心經) da tradição Zen
Aquele que ouve todos os sons do mundo toca profundamente a sabedoria perfeita,
E assim vê claramente que os cinco agregados são vazios e liberta-se de todo sofrimento.
"Ouça, filho de bons méritos: forma não distingue-se de vazio, e o vazio não distingue-se da forma;
A matéria é também vazia; e o vazio é também matéria.
O mesmo é válido para as sensações, percepções, impulsos e a consciência.
Filho de bons méritos, a natureza última de todos os fenômenos é vazia:
Não aparece e nem desaparece, não é impura e nem pura, não aumenta nem diminui
Assim, no vazio, não há matéria, nem sentimentos, percepções, impulsos ou consciência;
Não há olhos, ouvidos, língua, corpo nem mente;
Não há cor, som, odor, sabor ou toque; e nem pensamentos.
Não existem os sentidos dos olhos, ouvidos, língua, corpo, nem da mente consciente.
Não há ignorância e nem extinção desta
E assim por diante até envelhecimento e morte e nem extinção destes.
Não há sofrimento, nem origem deste;
Não há extinção deste, nem caminho para tal;
Não há sabedoria e nem ganhos, pois não há nada a ganhar.
Assim o sábio vive a perfeita sabedoria
E não há obstáculos em sua mente. Sem nenhum obstáculo, não há medo.
Eliminada a visão obscurecida, chega-se à outra margem.
Todos os grandes sábios do passado, presente e futuro praticam a sabedoria perfeita, e atingem o entendimento mais completo de todos.
Portanto, saiba que a sabedoria perfeita
É a grande expressão transcendente
A grande expressão iluminada
A mais perfeita expressão
A expressão suprema
Capaz de libertar de todo sofrimento
E é verdadeira, não falsa.
Então proclame a expressão da Sabedoria Perfeita
Viva essa expressão.
Vá, siga em frente! Continue em frente! Siga ainda mais adiante:
Isso é iluminação."
Isso é iluminação."
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