27 de jun. de 2010
16 de jun. de 2010
Cru
Bebo versos discretos
como uma puta comportada
mas quais versos são discretos?
E que puta se comporta
e como o que?
Sou a puta do verso
em verbo cru, verbo curra
dou por prazer
sou uma puta burra.
₢ Dirceu W. Ramos
Conectados
12 de jun. de 2010
Sudáfrica
Não me abandone
11 de jun. de 2010
L'Amore
8 de jun. de 2010
C.J. 1 Parte 1: O plano Geral
“Maldita máquina” Gritou Steve Coulanges pela quinta vez consecutiva no dia. A tal maldita máquina não lhe deu resposta – evidentemente. Era a milésima vez que tentava fazer a máquina – cruelmente tratada e difamada – funcionar.
O mini-robô-passa-roupas (MRPR – modelo X300) – comprado pelo mesmo motivo que os outros objetos tecnologicamente novos de Steve, ou seja, para enquadrar Coulanges na “Cidade” – não tinha culpa.
“Dessa vez eu consigo”disse Coulanges como dissera incontáveis vezes “Não tem como dar errado”reforçou o pensamento – tentando convencer a si mesmo que conseguiria o que de fato jamais conseguiu.
Já na primeira semana: “maldita máquina”disse Steve quando o MRPR X300 queimou uma de suas camisas preferidas. “De novo?”questionou Steve ao ser eletrônico sem mente quando este queimou uma segunda camisa.
Na segunda semana, já cansado da máquina, dava tapas e pontapés, transtornando-se cada vez mais com sua incapacidade. Desta vez estava atrasado para o trabalho – pois teve de ficar passando sua camisa em lugar do MRPR X300.
Já fora de casa – um buraco simples no setor leste subterrâneo da “Cidade” – ele se dirige a um dos “caminhos de raios” próximos, no sentido “TPQDP II”, próximo ao seu local de trabalho: A “Grande Biblioteca” – que nada mais era do que um micro prédio de 90m de altura ao lado do Dikasterion Central – prédio judicial central da cidade (um edifício de míseros 230m de altura).
De toda a cidade, apenas o setor leste mantinha aquilo que se convencionou chamar subterrâneo. Todos os outros setores mantinham um diferencial de pelo menos 100m de altura em relação a ele. Fato muito aceito, apesar de negado pelas altas instâncias do governo, é o de que, de todos os setores, os que mais destacavam eram os mais altos em relação ao Leste (o que é paradoxal e levanta a questão de qual é o mais importante ou visado, mas isso sempre foi pouco pensado pelos cidadãos – mesmo nos tempos antigos, na era de metal).
Por culpa dessa variação de altitude na “Cidade”, o melhor meio de transporte surgido foi o Caminho de Raios. Era uma linha metálica desenhada por toda a cidade, com muitas curvas e desníveis, às vezes por baixo, às vezes por cima, por onde uma trilha de raios se deslocava e, deslocando-se, permitiam a movimentação de dezenas de carros unitários com vários destinos diferentes, acionados por um toque do “PHANTOM” de cada um – e é claro, Steve Coulanges não tinha um...
6 de jun. de 2010
Astronauta
Porque o menino passa suas tardes solitárias
Sonhando ser aquele super-herói de capa vermelha
Que derrota seu inimigo-estante gigante e maligno
E a menina, que vive na espera de seu príncipe encantado
Dono de um reino distante de flores de chocolate
E cachorros cor-de-rosa cintilante
As crianças crescem e conhecem a realidade
Ou será que a desconhecem?
Ou será que a reconhecem?
Os sonhos são deixados para trás quando se cresce
Desaparece a imagem poética do herói idealizado
E surge o ator americano drogado e preso por espancar a esposa
Desaparece a esperança do príncipe medieval e do reino mágico
Para surgir o namorado bombado e barzinhos badalados
O astronauta vira um operador de telemarketing
A nave interestelar, um Volkswagen usado pago em 60 vezes
A viagem à Lua dá lugar a horas de trânsito na Imigrantes
O grande império intergaláctico vira um cômodo-cozinha no Centro
(Laboriosamente pagos no carnê das Casas Bahia)
A vida morre a cada segundo
E os sonhos a acompanham em cada desilusão
Mas após juntar uma graninha, compra-se um PlayStation
E o operador de telemarketing pode ser um astronauta
Pode viajar à Lua e dominar o grande império intergaláctico
Pode conquistar a princesa mais linda do Universo
E se tornar o maior imperador de todos os tempos
À noite, em seu sonho, o grande imperador reúne todos os seus súditos
E começa seu longo e pomposo discurso:
"Bom dia! Hoje vou estar oferecendo aos senhores
Uma incrível promoção imperdível pela qual os senhores vão estar pagando
apenas uma quantia simbólica a ser debitada em seus cartões de crédito..."
4 de jun. de 2010
Todo menino
Todo menino é um Deus descalço
chutando a lata do tempo
crescendo quase fora do passo
todo menino é invento.
Criatura que cria o sonho
cada qual uma mola
todos prontos em seus cantos
a vida escolhe a historia.
Salve todos guerreiros
do templo Terra,
resumindo o universo num guardanapo
abrindo pálpebras, ventres e guelras,
que tapam a alma com esparadrapo
expelem escombros de paz e guerra,
constróem amor juntando cacos.
Todo silencio é nuvem de gesso
no céu da boca da dor
não escolhemos cruz nem peso
nem onde bate a luz na flor.
Temos quase nada pra sorrir
não custa muito ensaiar
todo menino é uma pedra menir
todo menino é um czar.
Dirceu W. Ramos
1,000 kisses deep
and you handed me like meat
(You'd have to be a man to know good that feels,
how sweet)
My mirror twin, my next of kin
I'd know you in my sleep
And who but you would take me in
A thousand kisses deep
I loved you when you opened
Like a lily to the heat
You see, I'm just another snowman
Standing in the rain and sleet
Who loved you with his frozen love
And second-hand physique
With all he is, and all he was
A thousand kisses deep
I know you had to lie to me,
I know you had to cheat:
To pose all hot and high
Behind the veils of sheer deceit
Our perfect porn aristocrat,
So elegant and cheap
(I'm old but I’m still into that
A thousand kisses deep)
I'm good at love; I'm good at hate:
It's in between I freeze
I've been working out, but it's too late
(It's been too late for years)
But you look good, you really do
They love you on the street
If you were here, I'd kneel for you
A thousand kisses deep
The autumn moved across your skin
Got something in my eye
A light that doesn't need to live
And doesn't need to die
A riddle in the book of love
Obscure and obsolete
And witnessed here in time and blood
A thousand kisses deep
But I'm still working with the wine
Still dancing cheek to cheek
The band is playing Auld Lang Syne
But the heart will not retreat
I ran with Diz, I sang with Ray
I never had their sweet
But once or twice they let me play
A thousand kisses deep
I loved you when you opened
Like a lily to the heat
You see, I'm just another snowman
Standing in the rain and sleet
Who loved you with his frozen love
His second-hand physique
With all he is and all he was
A thousand kisses deep
But you don't need to hear me now,
And every word I speak
It counts against me anyhow
A thousand kisses deep...