8 de jun. de 2010

C.J. 1 Parte 1: O plano Geral


Capítulo 1 - POR FORA.

“Maldita máquina” Gritou Steve Coulanges pela quinta vez consecutiva no dia. A tal maldita máquina não lhe deu resposta – evidentemente. Era a milésima vez que tentava fazer a máquina – cruelmente tratada e difamada – funcionar.

O mini-robô-passa-roupas (MRPR – modelo X300) – comprado pelo mesmo motivo que os outros objetos tecnologicamente novos de Steve, ou seja, para enquadrar Coulanges na “Cidade” – não tinha culpa.

“Dessa vez eu consigo”disse Coulanges como dissera incontáveis vezes “Não tem como dar errado”reforçou o pensamento – tentando convencer a si mesmo que conseguiria o que de fato jamais conseguiu.

Já na primeira semana: “maldita máquina”disse Steve quando o MRPR X300 queimou uma de suas camisas preferidas. “De novo?”questionou Steve ao ser eletrônico sem mente quando este queimou uma segunda camisa.

Na segunda semana, já cansado da máquina, dava tapas e pontapés, transtornando-se cada vez mais com sua incapacidade. Desta vez estava atrasado para o trabalho – pois teve de ficar passando sua camisa em lugar do MRPR X300.

Já fora de casa – um buraco simples no setor leste subterrâneo da “Cidade” – ele se dirige a um dos “caminhos de raios” próximos, no sentido “TPQDP II”, próximo ao seu local de trabalho: A “Grande Biblioteca” – que nada mais era do que um micro prédio de 90m de altura ao lado do Dikasterion Central – prédio judicial central da cidade (um edifício de míseros 230m de altura).

De toda a cidade, apenas o setor leste mantinha aquilo que se convencionou chamar subterrâneo. Todos os outros setores mantinham um diferencial de pelo menos 100m de altura em relação a ele. Fato muito aceito, apesar de negado pelas altas instâncias do governo, é o de que, de todos os setores, os que mais destacavam eram os mais altos em relação ao Leste (o que é paradoxal e levanta a questão de qual é o mais importante ou visado, mas isso sempre foi pouco pensado pelos cidadãos – mesmo nos tempos antigos, na era de metal).

Por culpa dessa variação de altitude na “Cidade”, o melhor meio de transporte surgido foi o Caminho de Raios. Era uma linha metálica desenhada por toda a cidade, com muitas curvas e desníveis, às vezes por baixo, às vezes por cima, por onde uma trilha de raios se deslocava e, deslocando-se, permitiam a movimentação de dezenas de carros unitários com vários destinos diferentes, acionados por um toque do “PHANTOM” de cada um – e é claro, Steve Coulanges não tinha um...

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