15 de mai. de 2011

Prajna puro

Como eram grandes aqueles olhos! Não apenas grandes, mas negros. Negros e profundos.

Quantas histórias não passaram por eles? Quantas vidas, quantos sonhos? Sonho de liberdade, talvez, de quem um dia já teve o mundo aberto. Sonho de conhecer o mundo, dos pais, avós e ancestres. Sonhos. Pergunto-me quais anseios guardam aqueles olhinhos brilhantes, meio opacos pela refração da luz nas águas turvas.

Gostaria de compreendê-los, os animais. Queria ser capaz de sentir o que sentem, ver sob seu prisma; de sê-los por alguns instantes. Nossa mente humana, porém, é incapaz de racionalizar o "irracional", o instintivo, o natural. Engraçado, não é? Como se fôssemos tão diferentes dos animais assim!

E, na verdade, somos mesmo. Somos presos dentro de nós mesmos; criamos nossa própria jaula, e nos autoflagelamos com isso. Agimos por interesse. Criamos o tempo e nos escravizamos. Inteligência é isso?

Felizes os animais, que mesmo presos, são livres.
Talvez o olhar profundo seja de pena de nós, humanos. E nós, na nossa prepotência de superioridade, achamos que eles são os dignos de pena.

Ignorância pura.

Um comentário:

  1. Nossa aquele leão marinho te impressionou tanto assim, ou tô enganada?

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