6 de jan. de 2011

Inventor

De tanto brincar de inventar, conseguimos inventar o corpo. "Inventariamos" órgãos, tecidos, células, organelas, misturamos tudo, criamos algumas regras e demos a isto o nome [corpo]. Este começa, decai e morre - pelo menos é o que supomos com nossa brincadeira de inventar e inventariar. Mas não criamos o corpo... nem os orgãos, os tecidos, as células, etc. Demos nomes às coisas como mestres do mundo. Foi assim que inventou-se o bem mais precioso.

Nós, inventores de talento, que não sabemos criar, inventamos o coração. Ah! foi o show do momento! Agora podia-se inventar o sentimento, o fruto dos impulsos deste que seria o cerne de todos as invenções, mas algo faltava... Homens considerados geniosos e inventivos procuraram este algo, chamaram de amor e se perderam tentado qualificá-lo ou defini-lo. Foi quando "pensou-se" além do corpo.

Agora não havia necessidade de nos preocuparmos com o corpo - maldito corpo que nos confunde. O que realmente havia era uma sensação de que tudo que realmente se precisava estava além do tal corpo. Neste momento foi possível ao homem sonhar e em seus sonhos imaginar-se em tantos universos diferentes que surgiu uma nova invenção. Tal invenção fez tanto sucesso que, até hoje, vários críticos - que a todo custo tentam denegrir a imagem da grande invenção - sentem-se impelidos a consumi-la, mesmo que neguem. O nome escolhido por nós, inventores de sucesso, foi o de "alma". Aquilo que explica tudo, até o tal amor, e não explica nada.

"É claro que tudo isso não aconteceu em ordem cronológica..."





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