20 de mar. de 2011

Sob as águas

Sob as águas
Passam vidas
Passam sonhos
Passam promessas

Nestas águas
Depositamos desejos
Lavamos corpos
Purificamos almas

Sobre as águas
Deslizam pensamentos
Planam fortunas
Acontecem amores

Quão estúpido é
Confiar naquilo que não se controla?
O que é que se controla?
O que se pode pretender controlar
Num mundo que não pertence a ninguém?

Tudo são águas
Tudo são ilusões
Somos todos ignorantes
Estúpidos, e arrogantes
Impotentes (e prepotentes)

Achamos, às vezes,
Que temos algum controle
Que o trono é nosso
E fazemos o que bem entendemos

Mas então vêm as águas
E mostram que somos tão frágeis
Como porcelanas chinesas
Nas mãos de um bebê inocente

Nenhum comentário:

Postar um comentário