15 de jul. de 2011

O último

"Há quanto tempo, né!" - perguntava o rapaz, já moço crescido, à mulher ao seu lado.

"É.. Nem consigo mais lembrar onde tudo começou!" - responde sorrindo, a outrora menina da franja colorida.

"Ah, claro! Você sempre foi ruim com datas e ocasiões especiais... Disso eu lembro muito bem!"

Nuno e Mandy conheceram-se ali, naquela mesma escola, que hoje oferecia sua última festa aos alunos. Ele, Ravenclaw, dominava feitiços; ela, Gryffindor, era exímia guerreira.

É um fim de tarde agradável. Mesmo os ruídos da Floresta Proibida parecem mais calmos. Entre os jardins, um velho banco de madeira.

"Olha só! E não é que esse banco ainda existe?!" - comentou Nuno, sorrindo e correndo os dedos pelo banco. "Lembra dele??"

"Claro, né! Como poderia esquecer? Continua lindo e romântico! Imagino quantos casaizinhos já se formaram aqui também."

"Passamos noites e dias aqui, olhando as estrelas, estudando, rindo..."

"... falando mal dos professores, matando aulas..." - completou Mandy, sorrindo e bagunçando os cabelos de Nuno.

"Mas agora acabou, né? Hoje eles fecham os portões para sempre. Será que nossos filhos um dia conhecerão esse lugar onde crescemos e suas histórias fantásticas; ou se tornará mais uma dessas lendas esquecidas no passado? Aprendemos tanto aqui! Conhecemos gente incrível, descobrimos sentimentos; choramos, sorrimos, sentimos raiva, desespero, angústia! Aprendemos a voar sem asas, e descobrimos que a magia mais importante de todas está entre nós, e aprendemos a sentí-la. Crescemos..."

Mandy senta-se no banco ao lado de Nuno e põe-se a olhar o céu azul de fim de tarde. A lua já desponta lá no alto.

"Vai ser uma linda noite de lua cheia! Se dermos sorte, poderemos ouvir o uivo dos lobisomens!!" - exclamou, excitada.

"... Você é incrível." - disse o rapaz, olhando incrédulo a moça sorridente ao seu lado.
"Eu sei!"

Ela se levanta em um salto, pega uma das mãos de Nuno, e parte correndo puxando-o, pela última vez, pelos jardins de Hogwarts. A brisa fresca e o vermelho do Sol ofuscam os olhos. Uma lágrima solitária reflete o céu azul.

2 comentários:

  1. Nosso conto sem fim, ganhou suas ultimas palavras :)
    Eu gostei.

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  2. Esse capitulo apenas. O livro ainda tá longe do fim. :)

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