18 de jun. de 2012

O químico

Subindo e descendo as barreiras
Passando por túneis quânticos
O químico segue adiante
Cruzando impetuosamente os complexos
Transientes estados de incerteza
Para onde o levarão?
O caminho pode ser irreversível
E ainda que desconhecendo o fim
Adiante ele caminha
Perfazendo seu mecanismo
Concertando-se aos demais
Que, como ele, viajam 
Navegando perdidos na solução
Diluindo-se e deixando-se levar por
Pontes eletrostáticas
Perdendo-se, de polo a polo,
Em solventes braços.
Ora na garupa catalisadora
Outrora pegando as ondas
Que o iluminam com seus fótons
No paradoxo dualista da Natureza
Ele recebe a energia 
Para adiante prosseguir
Por cada passo intermediário
Até atingir, no fim, um dia
O dinâmico equílibrio.

--

Subindo e descendo as barreiras
O químico segue adiante
Na montanha-russa da vida
Cujo fim é apenas um mínimo local
Apenas mais um começo 
Um começo cujo fim
Será sempre outro começo
Pois se nada se cria,
Como pode haver fim absoluto?
E, nessa transformação eterna,
Só há a ação do transformar
Que um dia fará desse químico
Alguma outra molécula mais
A viajar pelo tempo-espaço
Criando e recriando o universo inteiro
Que sempre esteve e estará bem ali
Naquele químico
Que insiste em seguir adiante.

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