31 de mar. de 2014

Fins

Novas estações e novas faces,
Mais um começo do ciclo sem fim.
Um novo capítulo de um novo tomo
No mesmo livro de folhas em branco,
Vazias como as flores de cerejeira,
Que renascem as árvores mortas
Ao abraço morno do Sol vernal,
Como paixões que despedaçam
Corações empedrados em longos invernos
Ao esbarrar o Amor, por acaso,
Num tropeço de uma caminhada sem rumo.

E as flores desabrocham e caem;
As folhas em branco são escritas,
E todo livro recebe seu último verso.
Mas a árvore se lembra de cada broto,
Conhece o cheiro de cada pétala;
O escritor conhece cada capítulo,
E cada beijo de cada personagem
(Mesmo os jamais realizados.)
Novas estações e novas faces,
Só mais um começo do ciclo sem fim.
Mas o coração, esse nunca esquece.

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